fechar janela

lugares


tags


facebook


Próxima Viagem

???



contato

contato@viajecomje.com.br

background-image

O que fazer em Zagreb em 24 horas

Bom, se você leu o título deste post, não dá pra ser mais clara, né? Eu e o Paulo tínhamos planejado passar 48 horas em Zagreb para conhecer a cidade, mas um imprevisto acabou atrasando nossa viagem em praticamente um dia inteiro.

Dia 1, ou o dia em que não quase não vimos Zagreb

Não vou me alongar em detalhes, mas basicamente o que aconteceu foi que, no dia 21 de fevereiro, tínhamos passagens de trem marcadas para às 15h55 saindo de Viena com destino a Zagreb pela ÖBB. O trem saiu no horário marcado, mas no meio do caminho havia uma pedra, ou melhor, não havia uma ponte: por isso, a viagem, que deveria durar cerca de 7 horas, se estendeu por quase um dia a mais.

Sem ponte, o trem, é claro, teve que parar, e fomos redistribuídos em ônibus que nos levaram até a cidade austríaca de Graz, onde passamos a noite – por conta da ÖBB. Fora algumas falhas de comunicação por causa da língua – nem todo mundo fala inglês, então é bom ir munido de um dicionário, pelo menos português-alemão – tudo ocorreu relativamente bem, exceto pelo fato de que o próximo trem que nos levaria a Zagreb só sairia de Graz no dia seguinte perto das 10h, e ainda por cima fazendo uma escala de 2h em Maribor, na Eslovênia. O resultado: um dia perdido em Zagreb, mas uma ótima oportunidade para aprender a se virar com imprevistos. 😉

Enfim, lá pelas 18h do dia 22, finalmente colocamos os pés na Estação Ferroviária de Zagreb. Como não sabíamos qual seria a facilidade de trocar dinheiro, decidimos fazer isso em Viena mesmo, mas assim que chegamos vimos que havia uma casa de câmbio na própria estação. Mas é bom não contar com a sorte, porque em muitos países da Europa Central, os horários de atendimento desse tipo de serviço são bem reduzidos. Lá a moeda é a Kuna, e se quiser ter uma ideia dos preços em reais, é só dividir o valor gasto em Kunas por 2.

Como já estava escuro – no inverno, costuma escurecer por volta das 17h – e estávamos cansados, optamos por pegar um táxi para nosso hostel em vez de irmos caminhando. Com aquela mistura de inglês, mímica e mostrando o endereço no papel, não tivemos muitas dificuldades para dizer aonde queríamos ir, e em poucos minutos estávamos no Hostel Lessi, que tínhamos reservado pelo HostelBookers.

Na verdade, o Lessi funciona mais como um conjunto de apartamentos para aluguel do que propriamente um hostel, pois você tem à disposição uma espécie de micro-apê, mas em compensação não há serviços como café da manhã. De qualquer forma, super recomendo. Os apês ficam em um ponto estratégico do centro – praticamente na cara da Trg bana Jelačića, que é a praça central da cidade – ‘Trg’ significa praça.

Pouco depois da nossa chegada, fomos super bem recepcionados pelo Tim, o dono do Lessi, que nos recomendou o restaurante Nokturno para jantarmos. O lugar é simples, bem servido e tem opções que vão desde pratos típicos da Croácia a uma clássica pizza – que, pelo que vimos, é bem popular entre os croatas. Lá, não tivemos qualquer problema para nos comunicarmos – os garçons falavam bem o inglês, e um até arranhava no italiano. Na Croácia, como os croatas: decidimos pelo Ćevapi, uma espécie de bolinho de carne moída, bem popular entre os países dos Balcãs, acompanhado de batatas fritas e de um choppinho, porque ninguém é de ferro. Como estávamos muito cansados, fomos direto para o hostel descansar um pouco para aproveitarmos ao máximo as menos de 24 horas que ainda tínhamos na cidade.

Dia 2: agora sim!

Descansados, acordamos cedinho no segundo – e último dia – para começarmos com uma atração não muito convencional: o Cemitério Mirogoj (Groblje Mirogoj). Para chegarmos lá, pegamos o ônibus 106 em frente à catedral (mais tarde falaremos dela), que fica a duas quadras da Trg bana Jelačića. A viagem não dura mais do que 10 minutos de ônibus, ou uns 30 minutos a pé do centro. O acesso é pela rua Aleja Hermanna Bollea. O cemitério foi projetado em 1876 pelo arquiteto austríaco Herman Bollé, e o conjunto central, formado por arcada, cúpulas e igreja, que ficou pronto em 1929, é realmente bem marcante. Há muitos túmulos interessantes e memoriais em homenagem aos mortos na 1ª e na 2ª Guerra Mundial. Confesso que esperava mais, mas acho que o fator clima também atrapalhou: pegamos um tempinho chuvoso e feio, que acabou tirando um pouco do brilho do cemitério.

Cemitério Mirogoj
Cemitério Mirogoj
Memorial em Homenagem aos mortos da Primeira Guerra Mundial
Memorial em Homenagem aos mortos da Primeira Guerra Mundial
Memorial em Homenagem aos mortos da Segunda Guerra Mundial
Memorial em Homenagem aos mortos da Segunda Guerra Mundial

Depois da visita, descemos a pé para conhecermos o Centro Histórico, que se divide em Cidade Alta (Gornji Grad), a parte mais antiga, e Cidade Baixa (Donji Grad), para onde o município cresceu posteriormente.

Por sugestão do blog Felipe, o Pequeno Viajante, fomos tomar café da manhã no Kava Tava, um misto de bar, café e restaurante com uma decoração meio kitsch, mas bem divertida. A nossa mesa, por exemplo, era uma antiga mesa de pinball, as luminárias tinham talheres pendentes e algumas das cadeiras eram poltronas de avião. Mas o melhor ainda estava por vir: o meu pequeno café da manhã foi nada menos do que se vê na foto abaixo: uma torre de panquecas com rodelas de laranja e Nutella – sim, comi tudo isso sozinha. O frio justifica. 😉

Café da manhã dos campeões
Café da manhã dos campeões
Kava Tava
Kava Tava
Kava Tava
nossa mesa no Kava Tava

Bem abastecidos, fomos em direção ao nosso próximo destino, em Donji Grad: a Praça/Parque Nikola Šubić Zrinski, também conhecida como Zrinjevac. A praça faz parte de um complexo de sete parques chamado Zelena potkova ou Lenucijeva potkova, que seria algo como ‘ferradura verde’, por causa do formato que as praças fazem. A Zrinjevac é a primeira delas, e fica rodeada de alguns edifícios importantes da cidade, como a Suprema Corte croata no lado norte, o Museu Arqueológico na parte oeste, a Academia Croata de Ciências e Artes e a Galeria dos Antigos Mestres no lado sul, e o Ministério de Relações Exteriores e o Tribunal Regional na parte leste. Além disso, possui alguns bustos de croatas importantes, o pavilhão da música (uma espécie de coreto gigante) e a Estação Meteorológica Pública, com um dos mais antigos termômetros da Europa. Infelizmente, por causa do inverno, as árvores estavam peladas e a praça não estava muito bonita, mas valeu pela importância histórica que o lugar tem.

Não dá pra ver, mas tava três graus!
Não dá pra ver, mas tava três graus!

Resolvemos percorrer o Zelena potkova para conferir alguns dos pontos mais conhecidos da cidade. A segunda parada foi na praça Tomislav, que recebeu esse nome em homenagem ao Tomislav I, primeiro rei da Croácia, que reuniu sob sua coroa os croatas da Panônia e da Dalmácia. O parque tem, é claro, uma estátua em homenagem a ele, além de outras atrações, como o Prédio dos Correios e a estação ferroviária – onde tínhamos descido no dia anterior. Ali pertinho tem também o Hotel Esplanade, um classicão da cidade.

O prédio dos Correios, na praça Tomislav
O prédio dos Correios, na praça Tomislav
A Estação Ferroviária de Zagreb
A Estação Ferroviária de Zagreb

Passamos rapidamente pelas outras praças, mas nos detivemos na última, Trg maršala Tita, que tem esse nome por causa do Marechal Tito, que liderou a ex-Iugoslávia por 27 anos até a sua morte, em 1980. Alguns pontos de interesse: a Universidade de Zagreb, o Teatro Nacional da Croácia (Hrvatsko Narodno Kazalište) e a escultura ‘Poço da vida’, do artista Ivan Meštrović. Realizada em 1905 e colocada no local em 1912 pelo arquiteto Ignjat Fischer, ela tem claras influências de Rodin (por isso, apaixonei), e simboliza a dependência do homem pela água.

O Teatro
O Teatro
A impactante escultura ‘Poço da vida’
A impactante escultura ‘Poço da vida’

Depois de tantos parques, seguimos pela rua Masarykova, encontrando no caminho o primeiro arranha-céu de Zagreb, de 1933, projetado pelo arquiteto Slavko Löwy, e a estátua de Nikola Tesla, um dos maiores cientistas dos séculos XIX e XX.

Primeiro "arranha-céu" de Zagreb
Primeiro “arranha-céu” de Zagreb
Tesla & eu
Tesla & eu

Subimos duas quadras pela rua (ulica) Preradovicéva até chegarmos à Ilica, a principal avenida da cidade, onde as atividades são bastante intensas. Caminhamos um pouco pela avenida até chegarmos à Trg bana Jelačića. De lá, tocamos novamente para a Catedral de Zagreb (Katedrala Zagreb), dessa vez para conferir a igreja por dentro. Em frente à catedral, há um obelisco com a imagem dourada da Virgem Maria.

Ilica
Ilica
Catedral de Zagreb
Catedral de Zagreb
A Virgem dourada
A Virgem dourada

Fomos então ao Mercado Dolac, uma espécie de feira bem movimentada e colorida que vende principalmente alimentos e flores, embora tenha também roupas e outros presentinhos por lá. O mercado existe desde a década de 1930. Infelizmente, como já eram quase 2 horas da tarde, as bancas estavam mais vazias e menos atrativas, então o conselho é: chegue cedo.

Dolac
Dolac

Continuamos a subir pelas ruazinhas do centro em direção a Gornji Grad. Mas antes, paramos no restaurante Agava, na rua Ivana Tkalčića. Não é dos mais baratos, mas o almoço não estavam nada mal… 😉

Restaurante Agava
Restaurante Agava
Restaurante Agava
Restaurante Agava

Depois da refeição, já passando das 16h, cruzamos a Porta de Pedra (Kamenita vrata), que dá acesso à cidade secular (Gradec). Em 1731, o portão de madeira que servia de limite entre as duas partes da cidade sofreu um incêndio, mas conta a lenda que uma pintura do menino Jesus e da Virgem Maria salvaram-se milagrosamente das chamas. Desde então, o local se tornou ponto de peregrinação de cristãos.

A pintura do menino Jesus e da Virgem Maria
A pintura do menino Jesus e da Virgem Maria

Continuamos nosso walking tour pela rua Kamenita, indo em direção à torre panorâmica (Kula Lotrščak). Durante a Idade Média, a torre serviu de proteção para a parte alta da cidade. Apesar do meu medo de altura, subimos lá para dar uma conferida na cidade.

Kula Lotrščak
Kula Lotrščak
Vista da torre
Vista da torre

Dali, descemos e fomos para um dos cartões postais da cidade – na verdade, já conseguíamos avistar a bonita de longe, mas não coloco foto antes para não estragar a surpresa: a Igreja de São Marcos (Crkva Svetog Marka), cartão postal de Zagreb, e seu telhado com os brasões de armas da Croácia. <3

A Catedral de São Marcos logo ali
A Catedral de São Marcos logo ali
Catedral de São Marcos
Catedral de São Marcos

Fiquei encantada com ela; a minha tristeza veio depois, quando chegamos lá e descobrimos que estava fechada… Bom, you can’t have your cake and eat it too!

Já que era assim, fomos dar um passeio antes no Calçadão Strossmayerovo Setaliste, conhecido por ser muito bonito na primavera e no verão…

Calçadão Strossmayerovo Setaliste
Calçadão Strossmayerovo Setaliste

Por fim, seguimos para nosso último destino antes de voltarmos ao hostel para buscarmos nossas coisas e pegarmos o ônibus em direção a Sarajevo: o Museu dos Relacionamentos Terminados (Museum of Broken Relationships). Como o próprio nome já diz, esse museu conta a história de vários relacionamentos acabados, sempre com um souvenir que ilustra o relato. Há histórias engraçadas, melancólicas, trágicas, raivosas ou simplesmente banais, mas a proposta do museu é muito interessante.

Os souvenires são uma atração à parte, já que são as próprias pessoas que vivem essas histórias que decidem o que enviar. Há objetos comuns, como vestidos, celular, bonecos, mas também algumas coisas inusitadas algemas de pelúcia, remédios e até um machado.

Uma das histórias que mais gostei foi de um casal que namorava à distância: todas as vezes que se viam, cortavam uma das pernas de uma centopeia de pelúcia que tinham. Quando todas as pernas estivessem cortadas, tinham combinado que morariam juntos. A centopeia, pelo menos, ficou com algumas patas…

A lagarta manca no Museu dos Relacionamentos Terminados
A lagarta manca no Museu dos Relacionamentos Terminados

20h, e o passeio por Zagreb estava chegando ao fim: descemos pelo Strossmayerovo Setaliste e de lá fomos até a Trg bana Jelačića. Voltamos ao hostel, pegamos nossas coisas e daí fomos de tram – uma espécie de bonde – até a rodoviária, com destino à Sarajevo, nossa próxima aventura.

Até lá!







fechar janela

Nome (obrigatório)

E-mail (obrigatório)

Assunto

Mensagem