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Viena: você vai querer voltar!

De todas as cidades que conheci até hoje, nenhuma é tão chique como Viena. Lembro que, assim que saímos do metrô e observamos a cidade de perto pela primeira vez, o Paulo comentou “que bairro grã-fino”. E, por mais que caminhássemos, parece que aquele bairro “grã-fino” não tinha fim.

Mas, para mim, não é por isso que Viena foi uma cidade tão legal de visitar, até porque não sou muito chegada a grã-finagens. O que realmente me surpreendeu na capital da Áustria foi seu povo simpático, a grande quantidade de parques (e olha que eles nem estavam bonitos no inverno!), os inúmeros museus incríveis e, é claro, sua comida gordinha e deliciosa.

Na verdade, nossa primeira parada turística em toda essa viagem da Europa Central e do Leste Europeu foi em Viena, apenas que por algumas horas. Isso porque nosso avião chegou na capital austríaca pouco depois das 11h e nosso trem para Zagreb só saiu no final da tarde, então tivemos algumas horas para desbravar a cidade. Na verdade, nem tantas assim e o que dava tempo de fazer era se demorar no almoço em algum lugar legal.

E foi exatamente isso o que fizemos. Saímos do aeroporto e pegamos o metrô em direção à estação Herrengasse, no coração da cidade, para visitar e almoçar no Café Central, um dos mais famosos de uma cidade que já é bastante conhecida por seus cafés centenários. O final do século XIX e o início do século XX foram uma época de efervescência cultural em Viena e muitos políticos, cientistas, filósofos e homens do conhecimento frequentavam os cafés vienenses. No caso do Café Central, dois dos visitantes mais ilustres eram Freud e Trotsky.

almocinho típico no Café Central, café centenário frequentado por visitantes ilustres como Freud e Trotsky
Almocinho típico no Café Central, café centenário frequentado por visitantes ilustres como Freud e Trotsky

Bom, já que estávamos num restaurante típico de Viena, é claro que nossa refeição também foi típica. Escolhemos o clássico Wiener schnitzel, que nada mais é do que o nosso bife à milanesa. Mas olha, não sei como e que eles fazem o bife, só sei que fica bem mais suculento do que o brasileiro. Além disso, eles usam uma fatia fina de carne de porco em vez de uma grossa de carne bovina, o que deixa o prato bem mais leve. A outra pedida foi Geröstete Kalbsleber, também típico, embora tenho certeza que muita gente não gostaria, já que é fígado bovino com purê de batata e cebolas empanadas. Eu que sou uma draga, aprovei. Tudo isso sempre acompanhado de um bom chopp austríaco.

Wiener schnitzel, um dos pratos típicos da gastronomia vienense (parece um bife à milanesa, mas é bem mais suculento!)
Wiener schnitzel, um dos pratos típicos da gastronomia vienense (parece um bife à milanesa, mas é bem mais suculento!)
Geröstete Kalbsleber, menos conhecido que o wiener, mas igualmente gostoso: fígado bovino com purê de batata e cebolas empanadas
Geröstete Kalbsleber, menos conhecido que o wiener, mas igualmente gostoso: fígado bovino com purê de batata e cebolas empanadas

E é claro que uma refeição em Viena não fica completa sem as duas sobremesas mais famosas da cidade: a apfelstrudel, torta de maçã que é feita com uma finíssima camada de folhado (só de lembrar, já babo) e a torta Sacher, uma delícia com massa de chocolate, recheio de geleia de damasco e cobertura de chocolate. O doce já foi inclusive a causa de uma briga judicial entre duas instituições gastronômicas da cidade, que reclamam a autoria da torta: o Hotel Sacher e a Confeitaria Demel’s. Embora o hotel tenha ganhado o direito de usar o nome da torta, a Demel’s ainda tem o direito de usar a receita, com o nome de Ur-Sachertorte. Qual delas é melhor? Eu provei das duas, mas não vou dar spoilers: leia até o final e dou minha opinião.

A escolha de Sofia: apfelstrudel ou torta Sacher?
A escolha de Sofia: apfelstrudel ou torta Sacher?

Pois bem, acabado o almoço, já era hora de embarcarmos para Zagreb. Saímos do restaurante sabendo que, felizmente, ainda provaríamos muitas outras delícias em Viena.

Depois de toda a nossa Odisseia por Zagreb, Sarajevo, Belgrado, Budapeste, Kutna Hora, e Praga, voltamos à capital da Áustria, com ainda bastante pique para passear. No primeiro dia, chegamos de Praga bem à noite, e logo na outra manhã embarcamos para Salzburgo para passar o dia.

Dia 1 (ou 1,5)

Finalmente começaríamos a conhecer Viena direito! Depois de deixar nosso hostel, o Do Step Inn (confortável e com um café da manhã bem gostosinho, por sinal), fomos à grandiosa igreja Karlskirche (São Carlos), que fica no parque Karlsplatz, um dos muitos de Viena. Nós pagamos para entrar, mas, sinceramente, acho que não vale tanto a pena assim. Uma volta no parque é mais proveitosa.

Igreja Karlskirche (São Carlos), essa coisa desproporcional e harmônica ao mesmo tempo
Igreja Karlskirche (São Carlos), essa coisa desproporcional e harmônica ao mesmo tempo

Depois dessa visita, caminhamos uns 20 minutos até a próxima atração, a catedral de São Estevão, ou Stephansdom, igreja gótica do século XIII com telhado colorido. Embora fosse realmente bonita, o que mais chamou a atenção não foi ela, e sim o caminho que percorremos até chegar: as ruas largas e limpas, com uma animação que eu não tinha visto até então.

A catedral de Viena, o Stephansdom
A catedral de Viena, o Stephansdom

Da Stephansdom voltamos para a Staatsoper, a Ópera de Viena, para fazermos um tour guiado e comprarmos ingressos para algum espetáculo (afinal, eu queria conhecer a tal acústica do lugar!). Infelizmente, não tinha mais ingressos para o tour naquele dia, mas conseguimos tickets para a ópera La Juive (A Judia) no dia seguinte.

Staatsoper
Staatsoper

Como já estávamos morrendo de fome, almoçamos ali perto em um restaurante qualquer (a fome era tanta que nem lembrei de anotar o nome) e resolvemos ir de novo no clássico Wiener schnitzel. De sobremesa, é claro, uma apfelstrudel. Dali fomos direto para o museu Albertina. Não sem antes darmos uma paradinha para tirarmos foto com a estátua do filósofo Goethe. :)

É o Goethe, é o Goethe, é o Goethe, é o Goethe...
É o Goethe, é o Goethe, é o Goethe, é o Goethe…

Voltando ao Albertina, ele possui uma das coleções de pinturas e artes gráficas mais importantes do mundo. Se você não conhece o museu apenas de nome ou pelo fato de ele abrigar obras de Leonardo da Vinci, Picasso, Cézanne, Rembrant e Schiele, talvez lembre dele no filme Antes do Amanhecer: no longa, os personagens Jesse (Ethan Hawke) e Céline (Julie Delpy) passam a noite em Viena e, em um de seus passeios, acabam na frente do Albertina.

O Albertina (ele mesmo, do Antes do Amanhecer)
O Albertina (ele mesmo, do Antes do Amanhecer)
Vista do Albertina
Vista do Albertina

Para mim, que gosto de arte, o museu foi uma atração imperdível, mas mesmo para quem não se interessa, acho que um passeio nos arredores vale a pena, já que muitos dos prédios do local (inclusive parte do próprio museu) faziam parte do complexo em que viviam os Habsburgo, a grande dinastia do Império Áustro-Húngaro. Edifícios marcantes da época em que Viena era praticamente o centro do mundo.

O último destino do dia foi o Hofburg, o palácio de inverno dos Habsburgo. Como acabamos nos demorando no Albertina, tivemos menos tempo do que gostaríamos, mas foi o suficiente para ter noção da magnitude do lugar. Lá conhecemos um pouco mais da história da dinastia dos Habsburgo, que dominou meio mundo na época do Império Austro-Húngaro. Uma das partes legais de se visitar é o Museu da Sissi, que conta com detalhes a história da Imperatriz austro-húngara, que se tornou um ícone, principalmente por causa do seu comportamento, que era tido como fora dos padrões para a época. Sissi era avessa à vida na corte, mas exerceu certa influência política sobre o marido, o imperador Franz Josef, e advogou pelos direitos dos húngaros durante o império.

Hofburg, o palácio de inverno dos Habsburgo
Hofburg, o palácio de inverno dos Habsburgo

Outras atrações interessantes, mas que não vimos por falta de tempo, é a sede do coro dos Meninos Cantores de Viena e o show de cavalos da Escola Espanhola. Na verdade, ambas são bem concorridas, então sugerimos que se reserve algumas semanas antes da viagem.

Para fechar bem o dia, voltamos até o Hotel Sacher, perto da ópera, para provar a famosa torta novamente – e não decepcionou. 😉

No Hotel Sacher, a Torta Sacher
No Hotel Sacher, a Torta Sacher

Dia 2

No segundo dia, acordamos cedinho para visitarmos o Schonbrunn, o palácio de verão dos Habsburgo (como se o outro não fosse grande o suficiente). Este, por ficar um pouco mais afastado do centro (pra chegar lá, tem que pegar o metrô U-bahn), tem jardins que parecem ainda maiores – embora não estivessem tão bonitos por causa do frio do inverno.

O palácio possui centenas de aposentos que pertenceram aos Habsburgo. Como é um show de história e arquitetura, foi super interessante para mim, mas confesso que pode ser cansativo, ainda mais pra quem já não aguentar mais ouvir falar em Império Austro-Húngaro. 

Schonbrunn, o palácio de verão dos Habsburgo
Schonbrunn, o palácio de verão dos Habsburgo

Já os jardins são mais atrativos para quem só quer passear sem ficar tão ligado em história; em cima da colina, na parte de trás do terreno, tem um café, mas não recomendamos: o local é cafona, caro e o atendimento é ruim; um pega-turista. O que vale mesmo a pena é a vista lá de cima.

O café...
O café…
... e a vista lá de cima
… e a vista lá de cima

Perto das 13h, voltamos ao centro, perto da Karlsplatz, e resolvemos dar uma volta sem muito rumo. Acabamos encontrando o Edifício de exposições da Secessão de Viena, movimento que eu gosto muito, e paramos para almoçar no Naschmarkt, um dos mercados abertos mais populares da capital austríaca. Tem muitos restaurantes com diversos tipos de comidas e também lojas de temperos, frutas etc. Escolhemos um com comida típica alemã, mas sem muito critério. Escolhemos o restaurante que estava menos entupido de turistas. Um bom negócio perto dos preços não muito atrativos de Viena.

Secessionismo vienense
Secessionismo vienense

Voltamos algumas quadras para ir ao Kunsthistorisches Museum, que fica no Museums Quartier. O  Kunsthistorisches é um museu de história da arte enoooorme, que abriga desde peças da antiguidade egípcia, graga e romana até a Arte Barroca. É um dos museus de arte mais antigos do mundo e guarda obras de pintores como Caravaggio e Rubens. Imperdível para os fãs de arte.

Como vocês devem imaginar, o museu nos tomou um bom tempo e saímos de lá no final da tarde. Só deu tempo de voltar, comermos algo e voltarmos para a Staatsoper e vermos a ópera La Juive, que começava às 19h. Realmente foi uma experiência muito legal. A acústica do teatro é impressionante e dava para ouvir os artistas como se estivessem ao nosso lado. Pagamos cerca de 25 euros cada e ficamos em uma posição relativamente boa. Óperas costumam ser longas, com cerca de 3 horas, mas é uma experiência bem legal de se ter, já que é difícil ver uma aqui no Brasil – ainda mais se você mora em uma cidade pequena como a minha.

Tudo pronto...
Tudo pronto…
É nóx na Ópera!
É nóx na Ópera!

Satisfeitos e cansados, fomos para o hostel, dormir para aproveitarmos o último dia em Viena – e o último de viagem.

Dia 3

O terceiro dia também foi dia de arte – mas agora, a coisa ficou moderna/contemporânea. Voltamos para o Museums Quartier para visitar o Leopold Museum, que tem um acervo grande, principalmente de dois artistas que gosto muito: Klimt e Schiele.

Leopold Museum
Leopold Museum

Saciada minha fome de arte, era hora de saciar o estômago. Desta vez, nossa visita foi guiada novamente pela arte – mas desta vez, cinematográfica. Fomos ao Café Sperl, outra locação do filme Antes do Amanhecer. Só para não perder o costume, um Wiener schnitzel para nós.

Café Sperl
Café Sperl

Já passava das 14h e tínhamos pouco tempo em Viena para aproveitar. Muita coisa não seria vista, mas uma delas não poderíamos deixar de fazer: experimentar a torta Sacher da Demel’s e descobrir afinal quem é que ganhava a briga. Para isso, não nos importamos de caminhar 20 minutos até perto do Palácio Hofburg. Na verdade, a ida até lá foi providencial, já que, como a confeitaria estava muito cheia, resolvemos comprar nossa torta e irmos comê-la no parque que já tinha sido dos Habsburgo. O veredito: por 2 x 0, ganhou a Sacher da Demel’s, mais úmida e cheirosa do que a do rival.

Melhor Torta Sacher do Mundo! (Sorry Hotel Sacher!)
Melhor Torta Sacher do Mundo! (Sorry Hotel Sacher!)

Mas infelizmente, era hora de ir. Voltamos ao nosso hostel, pegamos nossas malas e partimos para o aeroporto. Lá, tomamos nosso último chopp, mas Viena – e todas as outras cidades – nos deixaram com um gostinho de quero mais. Quem sabe numa próxima?

Até a próxima viagem!







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